Ontem fui ao CCBB. E não! não é o CCB. É aqui mesmo, em Brasília, e trata-se do centro cultural banco do brasil. Adiante! fui ver uma peça de teatro. Quartett do Heiner Muller(sem trema porque eu não sei onde é que insiro, mas façam de conta que estão ali dois pontos em cima do "u" no nome do senhor).
O texto é muito bom e foi bem encenado pelos actores (tive que voltar atrás porque já tinha escrito atores, assim mesmo, sem o "c", preocupante, não?), num cenário resumido a uma projecção, talvez da cidade de são paulo, no pano de fundo, e dois bancos em que um deles escondia, e só percebemos mais tarde, um copo com o qual um dos personagens é envenenado.
o quê?! não devia ter contado? hum! como se isto fosse um filme e toda a gente fosse ver! epá, por acaso existe o filme com a mesma trama (pelo menos vem aqui escrito na brochura que tirei do montinho ontem à entrada na sala), dá pelo nome de ligações perigosas e, nele, contracenam a Glenn Close e o Guilherme Leme. Não! desculpem, mas isto de ler e escrever ao mesmo tempo acaba por confundir um pouco as coisas. Substituam o Gui (quanta intimidade,... gui para os amigos sim) pelo João Malkovich. Ontem a Glenn foi substituída pela Beth Goulart que esteve à altura (como é que eu sei se nem me lembro do filme?) com direito a lágrimas no fim e tudo.
bom, mas muito interessante é (e agora o leitor atento ficou curioso para saber o afinal o que é assim tão interessante) o facto de a peça se desenrolar apenas com dois atores em palco. Muito embora a história dependa de mais personagens para tomar forma.
não é interessante?
não?!
bom ok! a peça inteira gira em torno do Sexo (acabou de ficar mais interessante, não?), de um, de outro, de ambos (de ambos os dois não por amor de deus!!). Passo a citar o papelito que tenho aqui aberto à minha frente - "Os protagonistas, sagazes e ardilosos, manipulam sentimentos e situações, para provocar a queda e a ruína de inocentes e virtuosos.".
Bom! mas interessante mesmo (ok, ok, e agora é mesmo, até porque só queria mesmo falar nisto) foi o facto de, no fim da peça, os actores terem recebido apenas uma salva de palmas.
foi assim, e atentem bem ao que passo a explicar, o público, do qual eu fiz parte, bateu palmas, atrevo-me a dizer que as mãos de algumas pessoas se encontraram apenas uma vez, provocando um som quase inaudível.
a actriz, Beth Goulart (gostei deste nome, tipicamente brasileiro), que já chorava inundada pelas emoções da Merteuil, ainda proferiu algumas palavras de agradecimento ao público, à organização, aos patrociníos e, mais uma vez, ao público.
Posto isto, as mãos de todos juntaram-se novamente, desta vez, juro que não ouvi som algum, sim sim, sou surdo mas não foi esse o motivo.
Eu ainda bati palmas por mais dois segundos mas percebi que os olhos me observavam com estranheza e fingi que estava a tentar matar um mosquito para que não me apontassem o dedo, em jeito de - olha só aquele sujeitinnho! ele está batendo palmas, ainda!!!
à saída havia comes e bebes e eu não consegui deixar de pensar que os actores deviam estar super deprimidos com a parca manifestação do público o que terá motivado a beth a dizer - nem as minhas lágrimas finais foram boas o suficiente para sacar mais uns aplausos no final!! vou servir pró-seco lá fora, talvez eles me sorriam! oh Gui, me ajuda! trás os bolinhos de bacalhau!
5 comentários:
será que percebi bem?
agora será moda apenas uma "palma"?
isso significa que aplausos de pé quanto mais tempo duram, melhor terá sido a performance, is out?
modernices...
|a voz| está de volta, agora em http://bolerodacidade.blogspot.com
Adicionei este blog à minha lista de links porque quero visitá-lo assiduamente.
Dê uma passagem pelo bolero da cidade. Espero que goste e volte sempre!
Abraço!
Aqui entre nós....
Não precisas de nada mais do que tens.
Gracias pelo comentário nas Letrinhas e um Webraço para ti.
Keep on the good Work.....
ana brütt
alt + ´ + u = ü
quanto à arte, eu penso de forma semelhante. Se n me diz nada, n faço de conta só porque é do sr. xpto.
ah... e eu tb sou do tempo em que me deitava no chão da entrada, às escuras, a falar ao telefone e enchia o bloco dos recados com desenhos desconexos...
Mas esse tempo também era aquele em que apanhavas seca, sem saber onde estavam as pessoas ou se vinham.
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