15 de setembro de 2009

tobias o gato

.

Há quatro anos atrás ele ficava sentado ao meu colo, hoje mora na saudade...
Há um ano atrás, e uns dias, ele partiu em busca de outras aventuras.
Fiquei emocionado com as palavras do meu pai de um sentimento que subscrevo.

14 de setembro de 2009

o velho e o novo

.
Ao que parece, a sociedade actual, anda muito preocupada com esta coisa de não se envelhecer. anda tudo atrás do santo graal.
Anda tudo a ficar velho por dentro a tentar preservar um arzinho de gaito.
No entanto, não é o caso do que venho aqui ilustrar. Antes pelo contrário.
Como podem perceber pela fachada, ou talvez não, trata-se de um edifício Art Déco. No caso, é um edifício construído em singapura, e não não deixa de me lembrar uma shanghai que nunca conheci, ou uma indochina que me está marcada numa memória do que não vivi.

Deixando as memórias fantasiosas de parte, existe por esse mundo fora, uma vaga de destruição, ou de guerra, diria melhor, guerrilha urbana, ao velho.
Gostei deste gesto em que se preserva uma fachada com todo o requinte que a traça lhe confere, aos olhos, obviamente de um saudosismo por estilos que marcaram uma época deixando, no entanto, que uma nova história tome lugar no seu interior num harmonioso diálogo entre dois tempos. Como em tudo na vida, os opostos, não, não ia dizer que os opostos se atraem, os opostos, quando colocados lado a lado, acabam por se destacar mais.
Irrita-nos mais um ruído se estivermos em silêncio, bebemos mais água se estivermos com muita sede, e não é à toa que o capuchinho vermelho é vermelho, no meio da floresta verde, (afinal o verde é complementar do vermelho).
Outro aspecto interessante, é que um dos motes para este projecto foi a Luz. Ou melhor, segundo parece, os clientes pediram que isso fosse levado em consideração, porquê?
Ora, porque a casa era muito escura, se a casa é muito escura, faça-se luz, luz, sombra.
Com esta coisa dos complementares em mente, foi criado uma história nova numa casa velha.

E renovou-se uma casa tradicional com a inserção de um pátio, e ainda houve espaço para uma piscina. Esta ideia das piscina dentro de casa é uma coisa que, deixem-me que vos diga, aqui em brasília, deveria ser obrigatório. Porquê? porque isto é seco, muito seco. Vá, ok, pelo menos durante o período da seca. Seria um humidificador natural. Nunca fui a Singapura, nem sei se por lá o clima é seco, mas, se for esse o caso, está explicado.

Não estão a entender nada, não? querem que faça um desenho? Ok, não fui eu que fiz mas serve, fiquem com o desenhito...
Esta coisa dos créditos não pode ficar esquecida, portanto cá vai.
O projecto é do atelier, ong&ong e vale a pena irem lá ver outros projectos deles, em que eles projectam dentro do confronto entre o velho e o novo.
Para verem mais fotos, ide aqui, onde descobri este projecto, podem ver mais imagens e ler mais sobre o assunto se estiverem interessados.
Se quiserem ver mais fotos do gajo que disparou os clics que ilustram o post, aqui vai, o nome dele é Derek Swalwell e também vale a visita.

11 de setembro de 2009

esta coisa dos diálogos

É a segunda vez, em poucos dias, que sou contactado por pessoas, ou entidades, citadas aqui neste pedaço de escrita.
Eu que pensava ter só dois ou três leitores, fico surpreso por perceber que, afinal, as palavras vão chegando a cantos inesperados e já se somam uns 4 ou 5 leitores (obrigado mãe e pai, por não deixarem que as visitas cheguem a zero).
Agradeço muito a atenção dos citados em me enviarem emails ou comentários que, de forma tão gentil, me encorajam (a qualquer coisa que não me lembro agora). Fica o exemplo para que futuros email, ou comentários, sigam a mesma linha de raciocínio. Quem, no entanto, não resistir e quiser chamar-me nomes e, ou, colocar a minha integridade em causa por favor, não deixe de o fazer. Esta coisa do diálogo é sempre muito louvável.
Agradeço especialmente à Arq. Ana Rocha do atelier Rocha Tombal (vá, respeito que ela é a arquitecta responsável pelo projecto mencionado no dia 9.9.2009) e aos Magiluth que gentilmente comentaram o meu desabafo sobre a fantástica peça com que me surpreenderam, texto do dia 3.9.2009.
Queria aproveitar a ocasião para agradecer, mais uma vez, aos meus pais, e ao outro(a) leitor(a) que não sei quem é, muito embora a a. jure a pés juntos que é ela, eu ainda tenho as minhas dúvidas. Se fordes leitores do aqui, identificai-vos e tende cuidado com a gramática e com o uso abusivo de elogios à minha pessoa.

PS. Ah, bom! Parece que se começaram a rei..., reinvin.... reivi...., reivindicar, ufa, reivindicar (palavrinha) reivindicar os direitos enquanto leitores. , claro que sei que és amiga leitora que vem aqui porque tens uma alma do tamanho do mundo, aliás, tu és um link ali ao lado desde 2004 aliás, acho que começámos o blogue no mesmo mês, mas a a. faz sempre questão de refutar essa ideia.

Na verdade, devo confessar, tratou-se deu uma estratégia de marketing de vão de escadas, então vejamos.
Eu sabia que, se não te mencionasse, tu deixarias um coment, e eu não faria figura de urso, pelo menos não a 100%, pelo facto de ninguém se acusar enquanto leitor. Se esta lenga lenga, não te convenceu, podes sempre abusar da verborreia e adjectivar-me com palavras hostis. Vá que eu mereço...

10 de setembro de 2009

la piste là

.
Ontem fui ao teatro, não, melhor, fui ao circo, não espera, fui ver um espectáculo de música, naa, pera, bom, ok, fui ver o La Piste Là. É uma mistura de tudo isso.
Na verdade é um circo diferente. Tem acrobacias, palhaços, uma música deliciosa que em alguns momentos me lembrou the Non Smoking Band e noutros roçou o Ian Tirsen, enfim, brutal.
As acrobacias, essas arrancaram os suspiros da plateia e, devo confessar, em alguns momentos, fiquei na dúvida quanto à integridade física daquela figurinha que parecia uma miúda de uns 12 anos.
O espéctáculo tem quatro travessos, sendo a estrela da companhia a pequena mulher (ou seja, o anão esteve presente), do outro lado, e que lhe dá maior suporte técnico, o gigante e o acrobata metido a palhaço, por fim, o brilhante músico (também metido a palhaço) constrói todo uma base sonora onde os movimentos vão ganhando forma.
Num estilo minimalista, posso dizer que não faltou nada naquele circo, até o tradicional número dos cavalos foi representado, com a domadora a fazer acrobacias em cima dos seus vários cavalos, a realçar que o único cavalo que lá vi foi um gajo que, quando se ria, parecia relinchar...
Uma coisa é certa, o circo ganhou um novo significado depois de ontem.

9 de setembro de 2009

rocha tombal

.

Pequenos, quando rabiscávamos casas com as nuvens e o sol e as andorinhas a voar (pelo menos eu desenhava andorinhas, ok?), desenhávamos, um telhado, janelas, a porta e a chaminé.
Com esses elementos deixava de haver margem para dúvidas sobre a identificação da casinha.

O telhado, ou melhor, o telhado inclinado, com telhas, eira e beira, deixou de ser um elemento do gosto da arquitontura em geral e vivemos um período em que se opta pelo plano horizontal em deterimento do oblíquo. Pelo disfarce da cobertura.
A verdade é que foram desenvolvidas novas formas de se deixar a chuva do lado de fora e as telhas, coitadas, passaram a ser consideradas aquelas coisas que não são para aqui chamadas, vá, ok, podem vir, mas fiquem aí na surdina que ninguém vos veja.

Neste momento as telhas ainda não voltaram a estar na berra mas, a ideia de um telhado, inclinado, muito embora sem as tradicionais telhas, as de barro que nos são tão familiares (pelo menos a nós portugueses, e aos gregos, e aos chineses e...), volta a ser considerada, de resto acho que nunca deixou de ser considerada, mas, para o propósito do meu texto, vamos dizer que sim, ok?

Acho que o quinto alçado andou, durante algum tempo, meio na mó de baixo. Sendo um elemento considerado nas entradas de luz, zenitais, onde podemos constatar, por exemplo, nas mesas invertidas do siza, no museu de Serralves. Adoro o museu de serralves, não me interpretem mal, mas não existe uma relação demarcada com a cobertura. Nem acho que seja necessário que assim seja mas, gosto de perceber que, aqui e ali, se vai colocando o quinto alçado como um elemento que tem algo a acrescentar, que define o objecto.
Já o Francisco Garrido, por exemplo, não considera nem deixa de considerar o quinto alçado, para ele é tudo uma coisa só, plástica e siga (não gosto de facto de ele esquecer essa relação de intimidade entre o indivíduo e o objecto, tudo é monumental demais, plástico demais, vá, bonito para a fotografia).

Voltando ao projecto, ilustrado pela imagem, gosto ainda da forma como não se diferencia o material do telhado do das paredes, como se importasse apenas o simbolo. É interessante, porque podemos perceber essa mesma linguagem, no interior, onde, em várias dependências, não se distinguem os elementos, o piso, paredes, tecto, tudo maculadamente branco. senão veja-se...
É interessante (não é mas fica assim mesmo) o fatco de este projecto ser holandês. Ok, ok, esperado que assim fosse, não? É interessante porque se percebe uma forte influência da cultura local. Temo um objecto totalmente actual, de acordo com a estética e o bom gosto do momento (a estética e o bom gosto do momento é muito bom, de onde tirei isto?), que preserva traços marcantes da arquitectura regional.
olhem esta imagem e digam lá se não é...
Nos países nórdicos, chove mais e, sobretudo, neva mais, dessa forma, não se acumula tanta neve, portanto, a casita preserva uma temperatura menos inóspita. Ok, hoje em dia há os sistemas de aquecimento central que deixam a casa sempre com uma temperatura controlada, mas, é sempre bom minimizar a necessidade de subterfúgios.
Ainda não disse quem fez o projecto?
ah, que falta de educação a minha. O projecto é de uma tal de Rocha Tombal e do seu atelier.



As janelas, essas, são verdadeiramente deliciosas, lembram-me um projecto que já mencionei aqui (vá ide lá ver, vá...), o hotel aire de bardenas.
Quanto ao formato e ao uso do material no exterior, ide ver este projecto que tb já falei aqui dos buroII.

8 de setembro de 2009

comic´s shelf

.
Essa estante é da responsabilidade de de um tal de Oscar Nunez, da loja-conceito-atelier-não-entendi-lá-muito-bem, sediada em cancun, sim, isso mesmo, cancun e que dá pelo nome de Fusca Design.
Achei a ideia simples e divertida.
Basicamente uma estante ideal para se guardar livros aos quadradinhos. Não sabiass onde é que havias de guardar os patinhas todos?
Agora já sabes.
No compto geral, as outras coisas da maltinha do fusca design, deixam um pouco a desejar.
Bom, ok, eles convenceram-me com o gato.

5 de setembro de 2009

kiss bill

.
Antes de começar, uma voz avisa que o espectáculo terá uma hora, dá uma pausa e continua, ...e quarenta minutos.

Foi a primeira vez que vi uma peça de teatro com legendas. O facto de eu estar sentado na primeira fila, e as legendas estarem lá em cima, provocou aquela coisa fantástica, ou lês a merda das letras, ou vês o que se passa no palco, mais ou menos o que se passa quando temos o azar de ficar sentados na primeira fila do cinema e andamos a varrer o ecrã que mais parece que estamos a ver um jogo de ténis.
Não deixa de ser interessante o paralelismo com o cinema, uma vez que a peça, em si, é inspirada no famigerado Kill bill. Ok, confesso, não gosto do kill bill, nem à pancada.
Mas não estou aqui para falar do Tarantino, nem para mencionar o facto de já ter sido, aqui em brasília, guia do Michael Madsen (o gajo entra no kill bill), vá, a bem da verdade nem andei com ele para um lado e para o outro, o gajo só saiu do hotel para ir a um restaurante e era de poucas palavras.

Sobre o Kiss Bill, ao fim de uns 10 minutos resolvi não me esforçar para ler as letrinhas, tão pouco para tentar entender tudo o que era ali dito num francês que saia disparado a 300km/h.
Acabei por perceber que o tempo não demoraria a passar, quando os travessos começaram a a dançar.
A peça foi muito mais fisica que argumentativa, o que o meu pescoço agradece por não me obrigar a olhar para cima em busca da descodificação.
As coreografias foram fantásticas e a linguagem corporal daquela gente é impressionante, mostraram-me até a existência de moviementos que eu desconhecia serem possiveis de executar com um simples corpo humano. Devo notar que cheguei à conclusão que a minha falta de elasticidade é maior do que eu pensava.
Lembrei-me da coreografia de dança no final (acho que foi no fim, mas...) do Habla con Ella.
os 10o minutos passaram rápido e, num ápice tinha acabado a peça.
Falei com um fotografo depois da peça, que me confessou ter achado a peça muito longa e, hoje, no elevador, encontrei o meu vizinho, ban ban ban, encenador de teatro, renomado até mais lá fora do que aqui em terra brasilis, e ele, também lá esteve ontem, confessou-me o mesmo, a peça poderia ter sido menos longa.
Cada cabeça sua sentença, gostei, achei que o tempo passou rápido demais, e veria mais e mais, a banda sonora ajudou, muita coisa do kill bill (sim, ok, as músicas ainda se salvam) e uma das petizas cantou, à capela, e esteve muito bem.

curiosidade?
sim, a diretora da companhia, pigeons international e do espectáculo, é portuguesa, uma Paula de Vasconcelos, na conhecia mas gostei do trabalho dela. Ela marota cresceu em montreal, e a companhia é canadense, formada e orientada por ela, ao que parece, sempre nesse limbo entre teatro e dança.

4 de setembro de 2009

disturb me

.O que é que tem de interessante?
como assim, o que é que tem de interessante? tudo!
Ok, é giro, bonito e dá vontade de transformar o quarto numa coisa assim.
O interessante, interessante mesmo é que isso é uma instalação, e eu, na maioria das vezes, não lhes encontro pretexto. Mas, verdadeiramente interessante é que isso na verdade foi criado num quarto de um hotel que se chama the white hotel. abre parêntesis o hotel em si dá um post, é porreiro e vale a pena ir ver as fotos, na versão pobre, ou visitar na versão, deixa lá ir tratar de umas cenas a bruxelas e experimentar esse estaminé. Seguindo, o hotel é todo branco e é reduzido ao mínimo nos elementos (parentesis dentro de parêntesis é demais, mas siga, poderia até comparar o white hotel de bruxelas, com o colour hotel de frankfurt) fecha parêntesis
Agora, digo-vos, percam tempo a ver o filmito, que vos vou deixar, porque a piada está toda nele.
Vá, é só clicar no play e esperar um bocadito, vale a pena. Ok, ok! no fim aparece a Catarina Furtado aos beijos à Barbara Guimarães.

Disturb me - Brussels from Thepopcornmakers on Vimeo.


PS. achei isso aqui

3 de setembro de 2009

sem palavras

.
Começou ontem o Cena Contemporânea, festival internacional de teatro de brasília, e, ontem mesmo, fui ver uma das peças.
Ato.
Quatro seres que nos mostram os nossos reflexos, angústias, invejas, paixões, desejos, tristezas, alergias, tudo, tudo isso apenas com gestos e interjeições.
Mostram-nos, como somos, contraditórios, circunstanciais mas irremovíveis nessa busca pela felicidade que, na maioria das vezes, está ali bem ao lado da nossa cegueira.
Os marotos pertencem a um grupo que dá pelo nome de magiluth, e o blogue deles é este.
Os travessos têm talento de sobra e deixaram-me, assim, sem palavras.


PS. se vier aqui parar, por algum desígnio dos deuses da blogosfera, alguém de brasília, não deixem de ir ver, ainda está em cena. No mais ainda há mais coisinhas para ir ver...