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Antes de começar, uma voz avisa que o espectáculo terá uma hora, dá uma pausa e continua, ...e quarenta minutos.
Foi a primeira vez que vi uma peça de teatro com legendas. O facto de eu estar sentado na primeira fila, e as legendas estarem lá em cima, provocou aquela coisa fantástica, ou lês a merda das letras, ou vês o que se passa no palco, mais ou menos o que se passa quando temos o azar de ficar sentados na primeira fila do cinema e andamos a varrer o ecrã que mais parece que estamos a ver um jogo de ténis.
Não deixa de ser interessante o paralelismo com o cinema, uma vez que a peça, em si, é inspirada no famigerado Kill bill. Ok, confesso, não gosto do kill bill, nem à pancada.
Mas não estou aqui para falar do Tarantino, nem para mencionar o facto de já ter sido, aqui em brasília, guia do Michael Madsen (o gajo entra no kill bill), vá, a bem da verdade nem andei com ele para um lado e para o outro, o gajo só saiu do hotel para ir a um restaurante e era de poucas palavras.
Sobre o Kiss Bill, ao fim de uns 10 minutos resolvi não me esforçar para ler as letrinhas, tão pouco para tentar entender tudo o que era ali dito num francês que saia disparado a 300km/h.
Acabei por perceber que o tempo não demoraria a passar, quando os travessos começaram a a dançar.
A peça foi muito mais fisica que argumentativa, o que o meu pescoço agradece por não me obrigar a olhar para cima em busca da descodificação.
As coreografias foram fantásticas e a linguagem corporal daquela gente é impressionante, mostraram-me até a existência de moviementos que eu desconhecia serem possiveis de executar com um simples corpo humano. Devo notar que cheguei à conclusão que a minha falta de elasticidade é maior do que eu pensava.
Lembrei-me da coreografia de dança no final (acho que foi no fim, mas...) do Habla con Ella.
os 10o minutos passaram rápido e, num ápice tinha acabado a peça.
Falei com um fotografo depois da peça, que me confessou ter achado a peça muito longa e, hoje, no elevador, encontrei o meu vizinho, ban ban ban, encenador de teatro, renomado até mais lá fora do que aqui em terra brasilis, e ele, também lá esteve ontem, confessou-me o mesmo, a peça poderia ter sido menos longa.
Cada cabeça sua sentença, gostei, achei que o tempo passou rápido demais, e veria mais e mais, a banda sonora ajudou, muita coisa do kill bill (sim, ok, as músicas ainda se salvam) e uma das petizas cantou, à capela, e esteve muito bem.
curiosidade?
sim, a diretora da companhia, pigeons international e do espectáculo, é portuguesa, uma Paula de Vasconcelos, na conhecia mas gostei do trabalho dela. Ela marota cresceu em montreal, e a companhia é canadense, formada e orientada por ela, ao que parece, sempre nesse limbo entre teatro e dança.
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