13 de novembro de 2007

comentado por aí!



eu ainda sou do tempo (chii, isto aqui tá a começar mal...) mas é verdade, sou do tempo em que sabíamos combinar as coisas de véspera, sem a hipótese de anular tudo no último instante com algumas palavras escritas em código.
eu sou do tempo em que as cabines telefónicas não eram apenas objectos de decoração nas ruas, em que os telefones de casa eram absolutamente indispensáveis e tinham uma cordinha que nos permitia brincar enquanto falávamos e riscávamos a agenda com os telefones das pessoas escritos, cada um com uma caneta ou lápis.
O problema é que esse tempo não foi há muito.
mas é verdade. Sou nostálgico...
Sou nostálgico porque eu podia dizer sempre que não estava em casa, que tinha ido ao cinema, que tinha ido ao café, saído para ir comprar o jornal, que tinha ido ao mini mercado ou ao raio que o parta.
hoje lá temos o guarda costas, que nos protege sempre da exclusão social, que nos transforma em seres 100% contactáveis.
Sei que perdemos o nosso tempo, aquele que poderia ser apenas nosso, isoladamente nosso.
Porque o Alfredo ligou e não atendemos (deve haver algum problema), e a Maria me mandou uma mensagem e não respondi (logo não gosto dela), porque a mãe liga e tocou 6 vezes (ai que aconteceu alguma coisa ao meu filho) porque o chefe liga e não atendemos (tenho de despedir aquele gajo). Enfim, alguma semelhança entre este objecto comunicante e um gerador de conflitos é pura semelhança.
hoje temos obrigação de falar, mesmo quando não queremos. E se desligamos o telemóvel, ai! ui!
olha-me aquele irresponsável.
apontam o dedo na rua (aquele desliga o telemóvel... coitado!)
e quando toca o telefone na rua e não atendemos?
somos considerados criminosos, assassinos, ou coisa pior, incomunicáveis…
enfim, sei sei, também sou do tempo em que tinha de ir às bibliotecas em busca de informação. E lia sempre 4 páginas do livro até perceber que o tema não era bem aquele e em que havia milhares de idéias por ai espalhadas à espera de serem lidas...

comentário a um texto lido no tráz outro amigo também

4 comentários:

mfc disse...

Somos uns autÊnticos escravos do telélé...

Anónimo disse...

O telefonim é o pai do pior. Se vc não antender: "ele não me quer", "ele morreu", "foi sequestrado", "filha da mãe que não coloca esse telefone pra recarregar".

Pablo

Anónimo disse...

ce ta pop!

heidy disse...

Estou sem rede? roshufum... roshufum... não entendo o que dizes...ROSHUFUM... diz?... pi... pi... pi... pi...

(momentos depois... e com um sorriso diabólico) Ó que pena... a chamada caíu! lol