Gostaria de escrever algo, mas nem sei bem o quê, nem tão pouco por onde começar.
Enfim, talvez nem me preocupe com o início pois ele aconteceu umas palavras atrás.
Sem saber bem onde irei ter com este aparente discurso, continuo aqui persistentemente a debitar palavras que se vão agrupando sem acrescentar nada de novo, construindo frases sem pretensão alguma de construir um raciocínio com princípio meio e fim. Tal como num projecto de arquitectura, também o medo da folha em branco, não deve superar o acto criativo. Devemos começar, às vezes intuitivamente, as ideias surgem e, aquilo que parecia um gesto irreflectido, pode mostrar-se mais tarde num verdadeiro rasgo criativo.
Enfim, num desenho talvez seja mais fácil desenvolver uma ideia ou ir riscando até que o conjunto de formas ou manchas, nos apontem um caminho.
As palavras teimam em surgir, devo entender isto como uma interrupção no raciocínio ilógico que estava a desconstruir. Devo ter-me enganado na palavrinha, já que para descontruir é necessário saber construir, já dizia o meu professor de história de artes, sobre o desconstrutivismo russo. E eu efectivamente não sou lá muito dado à sapiência da escrita. Por isso chamemos-lhe outra qualquer coisa que não esta. Considerem-me um assassino da escrita. Qual Joaquim estripador, farei disto um modo operativo. Obedecerão então estes homicídios, a um qualquer padrão que não poderá ser aqui revelado. Fiquem atentos às minhas próximas crónicas, e encontrarão certamente um vontade ainda que reprimida de violentar este acto, que é escrever.
Escrever ou descrever, melhor dizendo. Segundo um amigo acrescento o prefixo des e obtenho o contrário ou será o contrario?! E o contrário de contrário será descontrário?
E descontrariar é ir ao encontro de?
Isto está a levar um caminho que eu certamente não compreendo, nem tão pouco me darei ao trabalho de tentar retirar daqui algum entendimento. Enfim devaneios. Não sei como acabar isto, por isso pergunto. Como é que conseguiste ler esta ***** até aqui?
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