Heis o que penso sobre o acordo ortográfico, ou melhor, o que o oswald de andrade pensa com a minha concordância...
"É como os desejos de fim de ano, todos desejamos paz, saúde, amor, e concretizações e mais um par de botas novas. A verdade é que, por mais acordo, ou consenso, que exista nesses desejos, nem todos seguem o mesmo rumo ao longo do ano. Existem particularidades inerentes a cada um, ao seu universo privado, e ao seu contexto. Com a língua vai ser o mesmo, por mais papéis que se assinem, o bom negro e o bom branco, e o baiano e o alentejano, e o alfacinha e o carioca, e o tripeiro e o paulista e, e..., terão sempre o seu jeitinho próprio de dizer as coisas, aquele..., aquele mesmo com que nos vamos rindo uns dos outros...
pronominais
(oswald de Andrade)
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Aqui pelo brasil, aproveito para desejar a vocês um excelente 2009, enquanto que, do outro lado do atlântico, bom ano novo, pá! or should i write happy new year!
5 comentários:
Um super ano, cheio de estilo e coisas boas é o que te deseja o lado de cá do atlântico. Eu em particular!
Bjs Mts
Feliz Ano Novo Bruno!
Dispenso as botas novas, fora com o consumismo, mas com tudo o resto estou de acordo contigo!
Beijos mil!!!
tem a ver vc ter citado oswald, amigo do tb andrade mário, que criou um idioma próprio...infelizmente as escolas da lingua tem que seguir paradgmas, mas o povo mesmo, fala do seu próprio jeito, ainda bem!
Lundu do escritor difícil (m. de andrade)
Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquizila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar duma vez:
É só tirar a cortina
Que entra luz nesta escurez.
Cortina de brim caipora,
Com teia caranguejeira
E enfeite ruim de caipira,
Fale fala brasileira
Que você enxerga bonito
Tanta luz nesta capoeira
Tal-e-qual numa gupiara.
Misturo tudo num saco,
Mas gaúcho maranhense
Que pára no Mato Grosso,
Bate este angu de caroço
Ver sopa de caruru;
A vida é mesmo um buraco,
Bobo é quem não é tatu!
Eu sou um escritor difícil,
Porém culpa de quem é!...
Todo difícil é fácil,
Abasta a gente saber.
Bajé, pixé, chué, ôh "xavié"
De tão fácil virou fóssil,
O difícil é aprender!
Virtude de urubutinga
De enxergar tudo de longe!
Não carece vestir tanga
Pra penetrar meu caçanje!
Você sabe o francês "singe"
Mas não sabe o que é guariba?
— Pois é macaco, seu mano,
Que só sabe o que é da estranja.
Deixei passar o dia, mas n me esqueci. Parabéns!
beijinhos
É, penso que este acordo tinha como objectivo eliminar as formas arcaicas de escrita, que ainda existiam muito, sobretudo no português de Portugal. De alguma forma, com este acordo a lingua escrita em Portugal aproxima-se da do Brasil. Anyway, as pessoas falarão como sempre falaram e essa diversidade é que é bonita. Bom ano!
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