1 de janeiro de 2009

de acordo?

ano novo, escrita nova, será?

Heis o que penso sobre o acordo ortográfico, ou melhor, o que o oswald de andrade pensa com a minha concordância...

"
pronominais

(oswald de Andrade)

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
É como os desejos de fim de ano, todos desejamos paz, saúde, amor, e concretizações e mais um par de botas novas. A verdade é que, por mais acordo, ou consenso, que exista nesses desejos, nem todos seguem o mesmo rumo ao longo do ano. Existem particularidades inerentes a cada um, ao seu universo privado, e ao seu contexto. Com a língua vai ser o mesmo, por mais papéis que se assinem, o bom negro e o bom branco, e o baiano e o alentejano, e o alfacinha e o carioca, e o tripeiro e o paulista e, e..., terão sempre o seu jeitinho próprio de dizer as coisas, aquele..., aquele mesmo com que nos vamos rindo uns dos outros...
Aqui pelo brasil, aproveito para desejar a vocês um excelente 2009, enquanto que, do outro lado do atlântico, bom ano novo, pá! or should i write happy new year!

5 comentários:

disse...

Um super ano, cheio de estilo e coisas boas é o que te deseja o lado de cá do atlântico. Eu em particular!

Bjs Mts

Kay disse...

Feliz Ano Novo Bruno!

Dispenso as botas novas, fora com o consumismo, mas com tudo o resto estou de acordo contigo!

Beijos mil!!!

ChrisAlcântara disse...

tem a ver vc ter citado oswald, amigo do tb andrade mário, que criou um idioma próprio...infelizmente as escolas da lingua tem que seguir paradgmas, mas o povo mesmo, fala do seu próprio jeito, ainda bem!

Lundu do escritor difícil (m. de andrade)


Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquizila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar duma vez:
É só tirar a cortina
Que entra luz nesta escurez.


Cortina de brim caipora,
Com teia caranguejeira
E enfeite ruim de caipira,
Fale fala brasileira
Que você enxerga bonito
Tanta luz nesta capoeira
Tal-e-qual numa gupiara.


Misturo tudo num saco,
Mas gaúcho maranhense
Que pára no Mato Grosso,
Bate este angu de caroço
Ver sopa de caruru;
A vida é mesmo um buraco,
Bobo é quem não é tatu!


Eu sou um escritor difícil,
Porém culpa de quem é!...
Todo difícil é fácil,
Abasta a gente saber.
Bajé, pixé, chué, ôh "xavié"
De tão fácil virou fóssil,
O difícil é aprender!


Virtude de urubutinga
De enxergar tudo de longe!
Não carece vestir tanga
Pra penetrar meu caçanje!
Você sabe o francês "singe"
Mas não sabe o que é guariba?
— Pois é macaco, seu mano,
Que só sabe o que é da estranja.

a disse...

Deixei passar o dia, mas n me esqueci. Parabéns!

beijinhos

Monalisa disse...

É, penso que este acordo tinha como objectivo eliminar as formas arcaicas de escrita, que ainda existiam muito, sobretudo no português de Portugal. De alguma forma, com este acordo a lingua escrita em Portugal aproxima-se da do Brasil. Anyway, as pessoas falarão como sempre falaram e essa diversidade é que é bonita. Bom ano!