A hora mudou. Não foi hoje, mas mudou e ainda se fazem sentir os efeitos da mesma. As pessoas, chegam com um ar cansado de quem se deitou mais tarde do que devia. Pela manhã, aquela confusão de saber qual dos relógios de casa indica a hora certa. Comentários ao estilo - O teu está certo?- ou – Você já mudou esse aqui? – ou ainda – Qual deles está certo? - são bem comuns por estes dias. Ar apressado quando se constata que afinal o relógio não estava certo. Corremos em jeito de galinhas tontas ou andamos com ar demasiadamente despreocupado acreditando piamente que ainda há tempo. Tempo de sobra, não fosse o desacerto das máquinas diabólicas. Uns chegam atrasados ao trabalho e outros mais atrasados do que o normal. Uns ficam contentes com o novo horário de verão, fazendo odes ao sol e aos seus demorados raios taciturnos. Outros resmungam do calor, da falta de descanso que a noite propícia, do ar alegre dos outros. Enfim... Até o senhor que vende relógios (segundo ele, todos originais), ali na esquina, reclama da mudança, diz ele - dá-me muito trabalho! obriga-me a mudar a hora a todos os relógios, e explicar sempre a quem compra como é que se muda a hora, e isso é tempo perdido, mas sempre vendo mais relógios.
Tenho especial preferência pelo horário de verão. Gosto mais dos tais raios que se esquecem de ir embora no fim da tarde e se demoram mais para meu encanto. Mas, devo confessar, não gosto muito da mudança da hora. A mudança em si não me agrada. Quando chega o horário de verão, aumenta uma hora. Ou seja, às 00h relógio anda uma hora e saltamos para a 01h da manhã. Fico sempre com a sensação de ter perdido uma hora da minha vida. Uma hora, sessenta minutos, três mil e seiscentos segundos, em que nada fiz.
Mas diga-se de passagem, a mudança da hora serve de desculpa para os possíveis atrasos e, vejam bem, até para voltar a escrever, tanto tempo depois.
1 comentário:
que gracinhaaaa
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