Ao longe, uma voz contínua que me empurra o pensamento para bem longe daqui. Montado na caneta, escrevo palavras que me levam no seu vagaroso cambaleio pelo atribulado mundo de uma vã tentativa de dizer algo, de esquecer este momento que me prende no tempo ao sabor de um irritante monólogo.
Que capacidade terá este ser para conseguir parar o tempo?
Fiz um desenho, aqui mesmo ao lado, nesta folha onde prevalecem mensagens escritas com a colega do lado, e uns quantos jogos do galo.
Voltei a este grito dissimulado em fuga às tediosas palavras que me recuso a ouvir. Pergunto à colega da frente se sabe de que fala ele agora. Não sei, perdi-me à bocado – responde.
Alguém peça, por favor ao senhor, que dê corda ao relógio, e deixe o tempo seguir o seu rumo.
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